O mercado de suplementos movimenta bilhões e, com ele, surgem promessas de ganhos rápidos, perda de gordura milagrosa e performance acima da média. Mas será que tudo isso é real? A verdade é que apenas alguns suplementos contam com respaldo científico sólido, enquanto muitos não passam de marketing.
Este guia traz o que realmente funciona e o que você deve olhar com cautela antes de investir seu dinheiro.
A Base é a Dieta e o Treino
Antes de pensar em suplementos, é essencial entender: eles são complementos, não substitutos.
Nenhum produto substitui uma alimentação equilibrada e um programa de treino bem estruturado.
👉 Na pirâmide da nutrição esportiva:
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Base = dieta e treino
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Topo = suplementação [1]
Suplementos com Evidência Científica Sólida
Estes têm eficácia comprovada em diversos estudos:
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Creatina
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Aumenta força, potência e massa muscular.
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Atua elevando os níveis de ATP (energia rápida para os músculos).
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Segura e eficaz para a maioria das pessoas [2].
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Cafeína
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Melhora desempenho em resistência, força e potência.
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Reduz percepção de fadiga.
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Dosagem ideal varia conforme a sensibilidade individual [3].
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Proteína (Whey, Caseína, Vegetal)
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Prática para atingir a necessidade diária de proteína.
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Whey → rápida absorção (ideal pós-treino).
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Caseína → lenta absorção (útil antes de dormir).
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Vegetais → ótimas opções para veganos/vegetarianos [4].
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Beta-Alanina
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Aumenta resistência em exercícios de alta intensidade.
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Atua retardando o acúmulo de ácido lático [5].
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Nitratos (ex.: suco de beterraba)
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Melhoram eficiência do uso de oxigênio.
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Benefícios em exercícios de resistência [6].
Suplementos com Evidência Limitada
Estes são populares, mas com resultados inconsistentes:
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BCAAs: desnecessários se a ingestão de proteína total for adequada [7].
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Glutamina: pouca eficácia para performance em pessoas saudáveis [8].
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Termogênicos: efeito pequeno na queima de gordura e risco de efeitos colaterais [9].
Suplementos a Serem Evitados
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Produtos com promessas exageradas.
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Fórmulas com ingredientes desconhecidos ou sem respaldo científico.
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Suplementos que colocam a segurança em risco.
⚠️ Sempre consulte um nutricionista esportivo ou médico antes de iniciar qualquer suplementação.
Conclusão
Suplementos podem ser aliados, mas nunca substituem uma base sólida de alimentação, treino, sono e recuperação.
Priorize primeiro o essencial e, se necessário, complemente com os suplementos que têm comprovação científica real.
💡 Pense nos suplementos como a cereja do bolo — úteis, mas nunca a base da estratégia.
Referências
[1] International Society of Sports Nutrition. ISSN exercise & sports nutrition review update: research & recommendations.
[2] Hultman, E., et al. (1996). Muscle creatine loading in men. Journal of Applied Physiology, 81(1), 232-237.
[3] Goldstein, E. R., et al. (2010). ISSN position stand: caffeine and exercise performance. JISSN, 7(1), 5.
[4] Reidy, P. T., & Rasmussen, B. B. (2016). Protein and muscle protein synthesis. Annual Review of Nutrition, 36, 61-81.
[5] Hobson, R. M., et al. (2012). β-alanine supplementation and exercise performance. Amino Acids, 43(1), 25-37.
[6] Jones, A. M. (2014). Dietary nitrate and exercise performance. Sports Medicine, 44(Suppl 1), S35-S45.
[7] Schoenfeld, B. J., et al. (2017). BCAAs and resistance training. JISSN, 14(1), 30.
[8] Gleeson, M. (2008). Glutamine supplementation and exercise. Journal of Nutrition, 138(10), 2045S-2049S.
[9] Jeukendrup, A. E., & Gleeson, M. (2019). Sport Nutrition. Human Kinetics.